Overlord: Volume 01, Prólogo

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Frente a frente com uma jovem garota e sua irmãzinha, o cavaleiro de armadura levanta sua espada.
Para ter misericórdia, deveria acabar com a vida em um único golpe. A luz do sol refletida na lâmina criava um fio luminoso impressionante.
A garota fechou seus olhos e mordeu seu lábio inferior. Sua expressão mostrava a angústia de estar passando por aquela situação, mas ela já aceitava que nada poderia ser feito. Talvez, se ela tivesse algum poder sobrenatural, ou algo do tipo, ela usaria sem pensar duas vezes para se safar do homem que estava, agora, a sua frente e, assim, correria para longe.
Mas... ela não o tinha e, por isso, não poderia fazer nada.
Logo, suas conclusões poderiam ter sido apenas a de que o momento de sua morte havia chegado, e não existia escapatória.
A espada desceu —    — Mas ela não sentiu dor.
Assustada, a garota abriu seus olhos cuidadosamente.
A primeira coisa que ela viu foi que a espada tinha parado no meio do caminho.
Ergueu os olhos com medo e percebeu que o cavaleiro havia interrompido a ação, como se estivesse congelado.
Ele já não prestava mais atenção na garota, seu estado completamente indefeso revelava o choque que ele havia sentido.
A menina seguiu a visão do cavaleiro, virando seu rosto na mesma direção.
Então — ela viu o desespero.
Havia escuridão.
Pura escuridão, tão fina como o papel e tão densa quanto o abismo, de uma profundidade insondável. Aquilo havia surgido do chão em formato oval, com uma pequena abertura na área inferior. Uma cena que evocou o místico com uma indescritível apreensão.
Uma porta?
Foi isso o que a garota pensou enquanto seu coração batia mais uma vez.
*Drippp*
Alguma coisa saiu da escuridão.
No instante que ela percebeu o que era –
“Ahhh-!”
— O grito alto da garota soou agudo e profundo.
Era uma existência que nenhum mortal poderia superar.
Esferas vermelhas balançavam como chamas dentro das orbitas ocas do crânio branco. Ele olhava para as garotas como se se estivesse observando friamente a sua presença. Em suas mãos, sem carne ou pele, havia um cajado sacramente aterrorizante, tão soberano que chegava a ser belo.
O Ser parecia com a própria Morte, envolto em ornamentos. Era como se nascesse neste mundo por meio da escuridão de outros.
O ar se tornou congelante em um piscar de olhos.
Era como se o tempo estivesse congelando com a chegada de um ser absoluto.
A garota havia se esquecido de respirar, como se sua alma tivesse sido roubada.
Em uma situação dessas, em que o sentido de tempo parecia ter desaparecido, a reação da garota foi hiperventilar, ela respirava como se o ar nunca preenchesse seus pulmões.
— O ceifador veio do submundo para me levar embora. A garota pensava.
Mas, então, lembrou-se que o cavaleiro havia parado de se mover atrás dela.
“Urrrrgh...”
Um quieto gemido foi ouvido.
De quem era? Parecia que poderia ter sido dela mesma, ou de sua irmãzinha, ou até mesmo do cavaleiro com sua espada diante seus olhos.
Muito lentamente, com seus dedos destituídos de carne, estendeu a mão e apontou, não para as garotas, mas para o cavaleiro, como se quisesse alcançar alguma coisa.
A garota queria parar de olhar, mas estava muito assustada pra isso. Ela sentia que iria presenciar algo muito mais terrível se desviasse o olhar;
[ Grasp Heart ]
A morte encarnada fez um gesto com suas palmas, então, um alto ruído metálico tocou bem ao lado dela.
Ela tinha medo de desviar seu olhar da coisa que fluiu das sombras, mas tentada pela curiosidade de seu coração, ela moveu seu olhar e viu o cavaleiro deitado no terreno.
Ele já estava morto.
Sim, morto.
A crise que ameaçava a vida da menina havia desaparecido como se fosse tudo uma brincadeira. Mas, mesmo assim, ela não podia se alegrar, já que a Morte havia mudado de forma, e se manifestado em uma mais aparente.
Recebendo o olhar assustado das garotas, a Morte se moveu na direção delas.
A escuridão envolveu sua visão.
— Isso vai me envolver.
Pensando nisso, a garota abraçou sua irmãzinha que, nesse momento, estava tão trêmula quanto ela.
O pensamento de escapar já havia desaparecido de sua mente.
Se o oponente fosse um humano, ela até tentaria tomar alguma atitude, mas a “coisa” à sua frente acabaria facilmente com qualquer ação.
— Por favor, dê-me ao menos uma morte indolor.
Ela fez tudo o que podia.
Sua irmãzinha, agarrada a sua cintura, tremia com o terror. Ela queria salvá-la, mas não conseguia. Ela só podia apenas se desculpar pela sua falta de poder. Elas rezavam para não se sentirem sozinhas, pois estavam indo juntas.
E então —

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